PAULO MELO ON LINE
Reunião com militares e vice-presidente foi divulgada pela televisão estatal.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, visitou um quartel-general e reuniu os comandantes de alta patente neste domingo (30). A reunião foi divulgada pela televisão estatal. A emissora mostrou Mubarak em reunião com o recém-nomeado vice-presidente Omar Suleiman, o ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, o chefe de gabinete Sami al-Anan e outros.
A agência oficial de notícias divulgou que Mubarak conferiu também o trabalho das Forças Armadas no comando das operações de segurança.
Esta é uma das raras aparições de Mubarak. Seu último pronunciamento foi televisionado na sexta-feira (28), quando havia afirmado que um novo governo seria formado neste sábado, além de prometer reformas, após quatro dias de vigorosos protestos em todo o país exigindo sua saída.
A ofensiva política do governo consiste em cativar os militares. Por isso, o ex-ministro da Aviação Civil, Ahmad Shafic, foi confirmado pelo governo como primeiro-ministro. Shafic, que é um ex-comandante da Força Aérea, será o responsável por formar o novo gabinete de ministros, que foi dissolvido neste sábado.
Hosni Mubarak recusa-se a deixar o cargo, apesar da pressão da população. Como reforço à posição do presidente, o Parlamento egípcio anunciou neste sábado que não tem planos para antecipar as eleições.
Mubarak mandou também soldados e tanques para a capital Cairo e para outras cidades. O envio de tropas do exército para ajudar a polícia mostrou que Mubarak ainda tem o apoio dos militares, a força mais poderosa do país. Porém, qualquer mudança de opinião dos generais poderá selar o seu destino.
Neste domingo, com o fim do toque de recolher, os manifestantes voltaram à praça principal da capital egípcia, Tahrir. O local é o centro de protestos na cidade. O domingo é o início da semana de trabalho no Egito, no entanto, muitas empresas e lojas estão fechados, especialmente por causa da onda de saques que assusta a população local. Os bancos não abriram por determinação do Banco Central.
O ministro da Informação do Egito, Anas El Feki, proibiu neste domingo (30) a rede de televisão Al-Jazeera de operar no país. O anúncio foi feito pela agência oficial Mena. A maior emissora de televisão do Qatar fazia uma ampla cobertura das manifestações contra o regime do presidente Hosni Mubarak. Ela transmitia em tempo real o movimentos nas ruas das principais cidades egípcias, Cairo, Alexandria e Suez, com comentários em inglês e árabe.
Em comunicado, a Al -Jazeera afirmou que a decisão das autoridades do Egito de proibir a cobertura das manifestações tem como objetivo "silenciar o povo egípcio".
Até agora, pelo menos 100 pessoas morreram no Egito desde o começo das manifestações contra o governo do presidente Hosni Mubarak, na última terça-feira (25). O número foi apurado pelas agências de notícias Reuters e France Presse com fontes de segurança e médicas. Ainda não há dados oficiais sobre as vítimas.
A embaixada dos Estados Unidos no país aconselhou neste domingo os americanos a deixar o Egito o mais rapidamente possível. "Os voos para os pontos de evacuação começarão a deixar o Egito na segunda-feira, 31 de janeiro", declarou a embaixada em comunicado.
Toque de recolher
Milhares de egípcios desobedeceram o toque de recolher estabelecido para este sábado e domingo (30), apesar de as Forças Armafdas terem exigido que os manifestantes obedecessem a ordem. Houve relatos de saques e habitantes de subúrbios ricos do Cairo relataram a chegada de veículos militares nestas localidades, com o objetivo de impedir novos ataques.
O toque de recolher começou às 16h (12h, em Brasília) e terminou às 8h de domingo (4h, em Brasília) no Cairo e nas cidades de Alexandria e Suez.
"Nós estamos muito nervosos, mas os moradores falaram que, por enquanto, não havia sinais de distúrbios na área."
A rede de TV CNN exibiu imagens de pessoas armadas nas ruas do Cairo. Portando rifles, pistolas e outros instrumentos mais simples, como bastões e até tubos de aspirador de pó, eles tentavam espantar grupos que circulam em motos, supostos saqueadores.
Prédios do governo também foram alvos de tentativas de invasão, que deixaram dezenas de feridos. Os militares disseram que vão agir 'com firmeza' para restabelecer a ordem e impor o toque de recolher. Em uma prisão no Cairo, os detentos armaram uma tentativa de fuga em massa, que foi contida. Oito presos morreram.
Depois da oficialização da estratégia anunciada nesta sexta-feira, o presidente egípcio, que não escolheu um vice-presidente desde sua posse em 1981, nomeou o seu chefe de inteligência e confidente Omar Suleiman, para o cargo. Dessa forma, o presidente garante aliados militares no novo governo a ser formado.
Líder espiritual muçulmano defende renúncia
A tensão pode aumentar ainda mais com as declarações do xeque Yusef Al Qardaui a favor da renúncia do presidente Hosni Mubarak. O egípcio Yusef Al Qardaui é considerado o pregador mais influente do mundo árabe. Em entrevista à televisão Al Jazeera, o líder afirmou que a renúncia poderia resolver a crise no Egito.
"Mubarak, tenha misericórdia sobre essas pessoas e fuja antes que a destruição se estenda no Egito", afirmou o teólogo sunita que lidera a União Mundial de Sábios Muçulmanos e é um dos líderes espirituais da Irmandade Muçulmana no mundo.
Entre os conflitos mais intensos deste sábado está a tentativa de invasão ao prédio do Ministério do Interior, quando pelo menos três pessoas foram mortas pela polícia. Antes disso, fontes de segurança disseram à Reuters que pelo menos seis pessoas, incluindo um policial, havia sido mortas.
Neste sábado, fontes médicas disseram à agência que cerca de 2 mil pessoas ficaram feridas em todo o país, porém com mais protestos em movimento, esse número pode aumentar. Pelo menos trinta corpos foram levados para o hospital de El Damardash no centro do Cairo nesta sexta-feira.A Associated Press apurou que o total de mortes desde o início das manifestações, que começaram nesta semana, já soma 35 pessoas, o que inclui 10 policiais.
Manifestantes egípcios atacaram também neste sábado um prédio na sede da Segurança de Estado da cidade de Rafah. Pelo menos três policiais morreram com a explosão. A cidade, localizada na Faixa de Gaza, fica na fronteira com o Sinai, no Egito.
A explosão aconteceu após manifestantes beduínos lançarem granadas contra o prédio, durante confrontos com a polícia. Os policiais reagiram com tiros durante o protesto. O edifício está localizado perto da fronteira de Rafah e, de acordo com testemunhas, está a ponto de desabar.
Por causa da violência, o governo de Israel decidiu repatriar as famílias dos funcionários da delegação diplomática no Cairo e outros israelenses que estavam na cidade.
O exército egípcio guarda a sede do Ministério do Interior, no centro do Cairo, neste domingo. Dois carros blindados e um tanque montavam guarda na frente do edifício, que foi evacuado por causa de ataque de manifestantes neste sábado.
A polícia abriu fogo contra cerca de mil manifestantes egípcios que tentavam invadir o Ministério do Interior. A reação teria acontecido após um grupo de pessoas atirar contra o prédio e só parou quando tanques de guerra foram enviados ao local. Na ação, a polícia teria matado pelo menos três manifestantes, de acordo com a rede de televisão Al Jazeera.
O Exército tenta restaurar a ordem em meio a saques depois que as forças de segurança retiraram as seguintes ruas enormes manifestações na semana passada.
Também no Cairo, tanques do exército egípcio e tiros disparados no ar foram usados neste para controlar pessoas que tentavam atacar a entrada do prédio do Banco Central, onde é impresso o papel moeda. Os manifestantes usavam pedaços de madeira e desistiram da abordagem depois de ouvir os tiros.
Ministros renunciaram
O gabinete de ministros do Egito anunciou oficialmente a renúncia neste sábado após dias de protestos da população contra o governo de Hosni Mubarak. Porém, a mudança não será suficiente para conter a onda de protestos no país.
O líder opositor Mohamed ElBaradei, afirmou que Hosni Mubarak terá de sair. Segundo ele, o discurso do presidente televisionado na sexta-feira foi "praticamente um insulto à inteligência das pessoas." El Baradei, chefe da Assembleia Nacional para a Mudança, chegou na última quinta-feira (27) ao Cairo.
O serviço de telefonia móvel foi parcialmente restaurado no Egito na manhã deste sábado. O serviço, assim como o acesso à internet, foi interrompido na tentativa de impedir as manifestações hostis ao regime.
Internet e telefones móveis desempenharam um papel fundamental na organização de manifestações contra o regime de Hosni Mubarak, liderados por jovens pró-democracia. Eles se inspiraram na Revolução dos Jasmins, que em 14 de janeiro, derrubaram o ditador Zine El Abidine Ben Ali.
O Departamento de Estado dos EUA pediu que o país garanta o acesso às comunicações e respeite direitos inidividuais durante os protestos.
Os milhares de manifestantes pressionam pela renúncia de Mubarak, há 30 anos no poder. O opositor Mohamed ElBaradei, que recém retornou ao país, se ofereceu a conduzir uma suposta transição de governo.
ElBaradei participou na sexta-feira de uma oração com 2 mil pessoas em uma mesquita de Guiza, na capital. A polícia cercou a área. A rede de TV Al Jazeera chegou a relatar que ele havia sido preso, mas depois desmentiu. Segundo a TV, ele teria sido apenas impedido de deixar o local.
Alvo de protestos nas ruas, Mubarak visita quartel-general
Reunião com militares e vice-presidente foi divulgada pela televisão estatal.
Hosni Mubarak tenta cativar militares, a força mais poderosa do país.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, visitou um quartel-general e reuniu os comandantes de alta patente neste domingo (30). A reunião foi divulgada pela televisão estatal. A emissora mostrou Mubarak em reunião com o recém-nomeado vice-presidente Omar Suleiman, o ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, o chefe de gabinete Sami al-Anan e outros.
A agência oficial de notícias divulgou que Mubarak conferiu também o trabalho das Forças Armadas no comando das operações de segurança.
Esta é uma das raras aparições de Mubarak. Seu último pronunciamento foi televisionado na sexta-feira (28), quando havia afirmado que um novo governo seria formado neste sábado, além de prometer reformas, após quatro dias de vigorosos protestos em todo o país exigindo sua saída.
A ofensiva política do governo consiste em cativar os militares. Por isso, o ex-ministro da Aviação Civil, Ahmad Shafic, foi confirmado pelo governo como primeiro-ministro. Shafic, que é um ex-comandante da Força Aérea, será o responsável por formar o novo gabinete de ministros, que foi dissolvido neste sábado.
Hosni Mubarak (à esquerada) e o viice-presidente Omar Suleiman (centro) em reunião no Cairo (Foto: Reuters)
Além disso, o presidente egípcio, que não escolheu um vice-presidente
desde sua posse em 1981, nomeou o seu chefe de inteligência e confidente
Omar Suleiman, para o cargo. Muitos viram a nomeação como o fim das
pretensões do filho do presidente, Gamal, de assumir a presidência.Hosni Mubarak recusa-se a deixar o cargo, apesar da pressão da população. Como reforço à posição do presidente, o Parlamento egípcio anunciou neste sábado que não tem planos para antecipar as eleições.
Mubarak mandou também soldados e tanques para a capital Cairo e para outras cidades. O envio de tropas do exército para ajudar a polícia mostrou que Mubarak ainda tem o apoio dos militares, a força mais poderosa do país. Porém, qualquer mudança de opinião dos generais poderá selar o seu destino.
Neste domingo, com o fim do toque de recolher, os manifestantes voltaram à praça principal da capital egípcia, Tahrir. O local é o centro de protestos na cidade. O domingo é o início da semana de trabalho no Egito, no entanto, muitas empresas e lojas estão fechados, especialmente por causa da onda de saques que assusta a população local. Os bancos não abriram por determinação do Banco Central.
Egípcios se armam com paus, correntes e facas para
proteger bairros de saqueadores
(Foto: Yannis Behrakis/Reuters)
TV Al-Jazeera é proibida de atuar no paísproteger bairros de saqueadores
(Foto: Yannis Behrakis/Reuters)
O ministro da Informação do Egito, Anas El Feki, proibiu neste domingo (30) a rede de televisão Al-Jazeera de operar no país. O anúncio foi feito pela agência oficial Mena. A maior emissora de televisão do Qatar fazia uma ampla cobertura das manifestações contra o regime do presidente Hosni Mubarak. Ela transmitia em tempo real o movimentos nas ruas das principais cidades egípcias, Cairo, Alexandria e Suez, com comentários em inglês e árabe.
Em comunicado, a Al -Jazeera afirmou que a decisão das autoridades do Egito de proibir a cobertura das manifestações tem como objetivo "silenciar o povo egípcio".
Até agora, pelo menos 100 pessoas morreram no Egito desde o começo das manifestações contra o governo do presidente Hosni Mubarak, na última terça-feira (25). O número foi apurado pelas agências de notícias Reuters e France Presse com fontes de segurança e médicas. Ainda não há dados oficiais sobre as vítimas.
A embaixada dos Estados Unidos no país aconselhou neste domingo os americanos a deixar o Egito o mais rapidamente possível. "Os voos para os pontos de evacuação começarão a deixar o Egito na segunda-feira, 31 de janeiro", declarou a embaixada em comunicado.
Toque de recolher
Milhares de egípcios desobedeceram o toque de recolher estabelecido para este sábado e domingo (30), apesar de as Forças Armafdas terem exigido que os manifestantes obedecessem a ordem. Houve relatos de saques e habitantes de subúrbios ricos do Cairo relataram a chegada de veículos militares nestas localidades, com o objetivo de impedir novos ataques.
O toque de recolher começou às 16h (12h, em Brasília) e terminou às 8h de domingo (4h, em Brasília) no Cairo e nas cidades de Alexandria e Suez.
Moradores do Cairo portam bastões para espantar saqueadores na noite deste sábado (29). (Foto: AFP)
A brasileira Larissa Amorim, que mora nos arredores da capital, contou à
BBC que o medo era muito grande na sua vizinhança devido aos saques que
ocorriam na cidade. "Meu marido foi à rua juntamente de outros homens
do bairro com facas e bastões para proteger as propriedades", contou
ela, que é casada com um egípcio e mora no país desde 2007.A rede de TV CNN exibiu imagens de pessoas armadas nas ruas do Cairo. Portando rifles, pistolas e outros instrumentos mais simples, como bastões e até tubos de aspirador de pó, eles tentavam espantar grupos que circulam em motos, supostos saqueadores.
Prédios do governo também foram alvos de tentativas de invasão, que deixaram dezenas de feridos. Os militares disseram que vão agir 'com firmeza' para restabelecer a ordem e impor o toque de recolher. Em uma prisão no Cairo, os detentos armaram uma tentativa de fuga em massa, que foi contida. Oito presos morreram.
Mapa do Egito mostra as cidades em que ocorreram
os principais protestos (Foto: Arte G1)
A brasileira Rossana dos Santos, que mora em Alexandria, outra cidade
sob toque de recolher, disse, em entrevista à Globonews (veja vídeo
acima), que ali também há homens armados tentando proteger os edifícios.os principais protestos (Foto: Arte G1)
Depois da oficialização da estratégia anunciada nesta sexta-feira, o presidente egípcio, que não escolheu um vice-presidente desde sua posse em 1981, nomeou o seu chefe de inteligência e confidente Omar Suleiman, para o cargo. Dessa forma, o presidente garante aliados militares no novo governo a ser formado.
Líder espiritual muçulmano defende renúncia
A tensão pode aumentar ainda mais com as declarações do xeque Yusef Al Qardaui a favor da renúncia do presidente Hosni Mubarak. O egípcio Yusef Al Qardaui é considerado o pregador mais influente do mundo árabe. Em entrevista à televisão Al Jazeera, o líder afirmou que a renúncia poderia resolver a crise no Egito.
"Mubarak, tenha misericórdia sobre essas pessoas e fuja antes que a destruição se estenda no Egito", afirmou o teólogo sunita que lidera a União Mundial de Sábios Muçulmanos e é um dos líderes espirituais da Irmandade Muçulmana no mundo.
Manifestante sobe em tanque de guerra em protesto no Egito (Foto: Ben Curtis/AP)
Conflitos violentosEntre os conflitos mais intensos deste sábado está a tentativa de invasão ao prédio do Ministério do Interior, quando pelo menos três pessoas foram mortas pela polícia. Antes disso, fontes de segurança disseram à Reuters que pelo menos seis pessoas, incluindo um policial, havia sido mortas.
Neste sábado, fontes médicas disseram à agência que cerca de 2 mil pessoas ficaram feridas em todo o país, porém com mais protestos em movimento, esse número pode aumentar. Pelo menos trinta corpos foram levados para o hospital de El Damardash no centro do Cairo nesta sexta-feira.A Associated Press apurou que o total de mortes desde o início das manifestações, que começaram nesta semana, já soma 35 pessoas, o que inclui 10 policiais.
Manifestantes egípcios atacaram também neste sábado um prédio na sede da Segurança de Estado da cidade de Rafah. Pelo menos três policiais morreram com a explosão. A cidade, localizada na Faixa de Gaza, fica na fronteira com o Sinai, no Egito.
A explosão aconteceu após manifestantes beduínos lançarem granadas contra o prédio, durante confrontos com a polícia. Os policiais reagiram com tiros durante o protesto. O edifício está localizado perto da fronteira de Rafah e, de acordo com testemunhas, está a ponto de desabar.
Por causa da violência, o governo de Israel decidiu repatriar as famílias dos funcionários da delegação diplomática no Cairo e outros israelenses que estavam na cidade.
Oficial do exército se junta a manifestantes na praça Tahrir, no Cairo (Foto: Yannis Behrakis/Reuters)
Ataque ao Ministério do InteriorO exército egípcio guarda a sede do Ministério do Interior, no centro do Cairo, neste domingo. Dois carros blindados e um tanque montavam guarda na frente do edifício, que foi evacuado por causa de ataque de manifestantes neste sábado.
A polícia abriu fogo contra cerca de mil manifestantes egípcios que tentavam invadir o Ministério do Interior. A reação teria acontecido após um grupo de pessoas atirar contra o prédio e só parou quando tanques de guerra foram enviados ao local. Na ação, a polícia teria matado pelo menos três manifestantes, de acordo com a rede de televisão Al Jazeera.
O Exército tenta restaurar a ordem em meio a saques depois que as forças de segurança retiraram as seguintes ruas enormes manifestações na semana passada.
Também no Cairo, tanques do exército egípcio e tiros disparados no ar foram usados neste para controlar pessoas que tentavam atacar a entrada do prédio do Banco Central, onde é impresso o papel moeda. Os manifestantes usavam pedaços de madeira e desistiram da abordagem depois de ouvir os tiros.
Ministros renunciaram
O gabinete de ministros do Egito anunciou oficialmente a renúncia neste sábado após dias de protestos da população contra o governo de Hosni Mubarak. Porém, a mudança não será suficiente para conter a onda de protestos no país.
O líder opositor Mohamed ElBaradei, afirmou que Hosni Mubarak terá de sair. Segundo ele, o discurso do presidente televisionado na sexta-feira foi "praticamente um insulto à inteligência das pessoas." El Baradei, chefe da Assembleia Nacional para a Mudança, chegou na última quinta-feira (27) ao Cairo.
Pelo menos 30 pessoas morreram no conflito entre manifestantes e policiais (Foto: MARCO LONGARI/AFP)
O serviço de telefonia móvel foi parcialmente restaurado no Egito na manhã deste sábado. O serviço, assim como o acesso à internet, foi interrompido na tentativa de impedir as manifestações hostis ao regime.
Internet e telefones móveis desempenharam um papel fundamental na organização de manifestações contra o regime de Hosni Mubarak, liderados por jovens pró-democracia. Eles se inspiraram na Revolução dos Jasmins, que em 14 de janeiro, derrubaram o ditador Zine El Abidine Ben Ali.
O Departamento de Estado dos EUA pediu que o país garanta o acesso às comunicações e respeite direitos inidividuais durante os protestos.
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, durante a transmissão do seu discurso em cadeia nacional (Foto: Reuters)
ElBaradeiOs milhares de manifestantes pressionam pela renúncia de Mubarak, há 30 anos no poder. O opositor Mohamed ElBaradei, que recém retornou ao país, se ofereceu a conduzir uma suposta transição de governo.
ElBaradei participou na sexta-feira de uma oração com 2 mil pessoas em uma mesquita de Guiza, na capital. A polícia cercou a área. A rede de TV Al Jazeera chegou a relatar que ele havia sido preso, mas depois desmentiu. Segundo a TV, ele teria sido apenas impedido de deixar o local.
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