segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A DISPUTA NO GOVERNO MANTEGA X PALOCCI

PAULO MELO ON LINE
CH

Mantega é quem disputa poder
com Palocci

Ao final do primeiro mês do governo Dilma Rousseff, consolidam-se os grupos de poder no governo federal, com destaque para o ministro considerado mais forte, Antonio Palocci (Casa Civil), rivalizando com o único colega que ameaça fazer-lhe sombra: Guido Mantega (Fazenda). Ambos disputam as atenções e os raros elogios da presidente. No primeiro governo Lula, o grande rival de Palocci era José Dirceu.

Quebra da hegemonia

Dilma tomou uma decisão importante: quebrar a hegemonia de grupos políticos no Congresso, como aquele liderado por José Sarney.

Troca de comando

A presidente vai tirar a Eletrobras da área de influência de Sarney e fazer de José Antonio Muniz presidente de outra estatal, Eletronorte.

Decat em Furnas

Também é decisão de Dilma tocar a turma de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de Furnas Centrais Elétricas, que será presidida por Flávio Decat.

Pele de bebê

Dilma decidiu manter a rotina de consultar-se duas vezes ao mês com seu dermatologista e amigo Guilherme Almeida, de São Paulo.

DF: governo
achacava até quem queria investir

O governador Agnelo Queiroz (PT) suspendeu por 90 dias o programa Pró-DF, que concede terrenos a empresas interessadas em se instalar no Distrito Federal. Há denúncias, já sob investigação, de que em governos anteriores empresários eram achacados em até R$ 2 milhões para receberem um lote. Desde 2009, foram distribuídos 214 lotes. Há 383 processos de concessão de áreas sob exame, neste momento.

Apagão oficial

Agnelo e família chegaram a ficar 24 horas sem energia, na residência oficial. E o gerador, sem manutenção há seis meses, não funcionou.

Terra arrasada

A bagunça administrativa no governo do DF invadiu a residência oficial de Águas Claras: como toda cidade, o matagal chegava a dois metros.

Armários vazios

Agnelo contou a amigos que na residência oficial não encontrou nem taças para evitar o gargalo das garrafas d’água. Levou-as de casa.

Bola nas costas

Começou com a droga de ex-secretário Pedro Abramovay, mas o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) só leva bola na costas. Em vez de “porquinho”, já pode ser chamado pelo apelido de “gandula”.

Guerra interna

O PMDB decide na segunda quem representará o partido na Mesa Diretora da câmara. O nome favorito é da capixaba Rose de Freitas, apoiada por Eduardo Cunha (RJ), de quem Dilma quer distância.

Dubai estatal

Após o BNDES alugar por R$262 milhões um prédio no centro do Rio enquanto reforma a sede, falta pouco para a Petrobras inaugurar a sede capixaba de R$500 milhões em Vitória, engavetada desde 2006 no Ministério Público por derrubar “área de preservação ambiental”.

Como os romanos

O tucanato está mais dividido que o senado romano nos tempos de Cícero, mas o encrencado senador Cícero Lucena (PSDB-PB) continua o favorito na disputa pela primeira-secretaria do Senado brasileiro.

Presente de grego

Influente na campanha tucana em São Paulo, o novo chefe da Divisão de Capturas, delegado Waldomiro Milanesi, quase enfartou com 300 mandatos de prisão cível e criminal e doze policiais para cumpri-los.

Perdeu, mas levou

O senador José Pimentel CE) tinha votos na bancada do PT para ser o 1ª vice-presidente do Senado. Mas o partido preferiu dividir o mandato com Marta Suplicy, que ameaçava o mundo se fosse derrotada.

Crise de latinhas

Sinal curioso do aquecimento da economia brasileira: há escassez de latinhas de alumínio para envasar refrigerantes, por isso há quase um desabastecimento. A situação somente será normalizada em abril.

Olho na multa

O Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Rio alerta que cadastrados no programa Empreendedor Individual têm até hoje (31) para declarar o IR. O governo adoraria que esquecessem o prazo...

Quanto riso...

A ministra Miriam Belchior (Planejamento) deve anunciar os cortes no Orçamento entre 10 e 12 de fevereiro. Em março vem o Carnaval...


Poder sem pudor

O bicho que deu

Foto
Jornalista de economia esperava o presidente do Banco Econômico, Ângelo Calmon de Sá, atrasado para uma entrevista, em Salvador. Nas publicações do banco sobre a mesa, vê o logotipo sem acento circunflexo. A sílaba tônica no “mi” gerava um “Economico”. Terminada a entrevista, não resistiu:
– O senhor não acha que não fica bem? Afinal, “mico” não é coisa agradável em bancos.
Calmon de Sá explicou rindo que, por ser banco centenário, seria grafia antiga. E garantiu, com serenidade baiana:
– Não se preocupe. Neste banco nunca vai haver “mico”.
Anrã...

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